05 novembro, 2016

Entrevista com Francisca G. Vilas Boas - Autora de: A SOMBRA DOS INVENTADOS

Francisca G. Vilas Boas
Nascida em Guaxupé (MG), reside no desde 1973. Cedo, dedicou-se às letras e em 1960 integrou o grupo pioneiro de Guaxupé, criador do gênero miniconto no Brasil, movimento que envolveu, entre outros, Elias José, Sebastião Rezende e Marco Antonio de Oliveira, conforme trabalho de Márcio Almeida.
Publicou contos e poemas em antologias com os autores de Guaxupé e colaborou em vários jornais de Minas Gerais. Lançou os primeiros livros de contos O Sabor do Humano em 1971 e Roteiro de Sustos em 1972 através de premiação pela Imprensa Oficial de Belo Horizonte. Em 2011 publicou no Rio de Janeiro o livro de poemas A asa e o osso pela Editora Galo Branco. E pela Scortecci Editora publicou em 2014 o livro de contos Das Ilusões e da Morte (ed. bilíngue) e em 2015 o livro de poemas Palavras e Sombras (ed. bilíngue).
Licenciada em Letras e em Direito com pós-graduação nos dois cursos. Lecionou por mais de trinta anos Literatura Brasileira e Língua Portuguesa e exerceu as funções de Oficiala de Justiça pela Justiça Federal. Ministrou, ainda, aulas em vários cursos de redação no Rio de Janeiro e realizou outros cursos na área de Direito e Letras.
Sob indicação do MEC e com bolsa de estudos pela OEA, representou o Brasil em 1983/ 1984 no II Curso Ibero-americano de Educación a Distancia y de Adultos, organizado pela Universidad Nacional de Educación a Distancia de España (Madrid). Realizou em 2008/2009 pela Universidade Complutense (Madrid) o curso curso Estudios Hispánicos.

1. “(...) São textos filosóficos que nos convidam à reflexão sobre o sentido último da existência. (...) Como explicar a permanente contradição entre o existir e o nada? (...) É uma escrita densa, difícil e que exige muito a atenção do leitor dada a riqueza vocabular e de sentidos. Também é melódica e rítmica. É música para os ouvidos de quem lê. O ritmo é marcado por frases curtas. Precisas. Incisivas. Rigorosas. E por outras mais longas de enorme riqueza vocabular. (...) A autora porta-se como uma escultora da língua portuguesa. Seleciona com cuidado os vocábulos e aplica-os com mestria (...) sobre o bloco linguístico deixando antever a forma final que só se abarca completamente no fim do conto. (...)” (Zeferino Lopes – ex-professor de filosofia na cidade do Porto) 

2. Sobre alguns contos: Dissolução: “(...) conto lindo e diferente. Uma pequena obra-prima da arte contística.” no aqui sempre pouco: “Sobressai (...) a precariedade do tempo e da existência que passa.(...) tudo fugidio como a própria existência.” O Caminho: “Conto maravilhoso. Poesia pura.” O pastor e os lobos: “Uma fábula quase palpável e bem desenvolvida. Inovação literária pulsante e palpitante.” Óbvio e Vertigem: “Outra criação que surpreende. (...) A autora conhece o valor das palavras, tal como diz a poetisa Lenilde de Freitas: ‘Palavra... que és e não és’.” O visitante: “(...) miniconto perfeito e acabado. (...) Nas entrelinhas há um silêncio presente, que pulsa e emociona. (...) Excelente trabalho.” O homem do dia: “Retrato verdadeiro da cidade grande.(...) Texto bem desenvolvido e bem-humorado. (...) história tirada do nada que, em ficção, significa ‘fagulha da vida’.” (Caio Porfírio Carneiro – escritor e crítico literário)

Olá Francisca. É um prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da Scortecci do Portal do Escritor.

Do que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
É um livro de contos. Contos com temas diferentes entre si. Gosto de criar. O gênero fantástico contemporâneo me atrai muito. Além de ser um gênero bastante cultivado na atualidade por escritores de vários países, é uma literatura rica que permite ao escritor partir do código realista para apresentar a transgressão do mesmo. E criar a incerteza da realidade.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Nas contracapas de meus livros editados pela Scortecci Editora (Das Ilusões e da Morte(contos); Palavras e Sombras (poemas) e A sombra dos inventados(contos) existem dados biográficos. Os dois primeiros livros são bilíngues. E há outros três livros publicados anteriormente aos citados acima. Dois desses livros foram publicados através de premiação pela Imprensa Oficial de Belo Horizonte. Essas obras estão indicadas nas orelhas dos livros impressos pela Scortecci.

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Fui professora de Português e Literatura e sempre soube que o brasileiro não formou o hábito da leitura. Hábito que deve ser iniciado de preferência na infância. O percentual de leitores no Brasil é pequeno. A ausência da leitura na vida do indivíduo constitui um vazio responsável por sua limitada cultura e, consequentemente, por muitas falhas da sociedade. A experiência da leitura se conecta a formas mais evoluídas do pensamento; do autoconhecimento e da integridade intelectual do ser humano. O ato de ler e conhecer ajuda e muito na correção, no enriquecimento e discernimento da realidade. Além de auxiliar o indivíduo a se ver melhor dentro de seu meio social. Como disse Antonio Muñoz Molina: “La lectura es una ventana y también un espejo”.
Enfim, a leitura dá ao indivíduo a oportunidade de conhecer vários aspectos da realidade e ao mesmo tempo o ajuda a reelaborar o seu mundo interior.

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Além de conhecer um autor que já publicou pela editora, também a conhecia através de pesquisa pela internet.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Imagino que esta resposta deve vir do leitor.

Obrigado pela sua participação.


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