21 novembro, 2016

Entrevista com Paulo Santoro - VENCENDO A ESCURIDÃO

Nasceu em 1960 na cidade de São Paulo, onde reside até hoje. Em 1983 perdeu a visão em um acidente de automóvel. Na época cursava o 4º ano de engenharia metalúrgica. No ano seguinte voltou a estudar e em 1985 concluiu a graduação. Não conseguiu atuar como engenheiro, mas em 1987 iniciou uma nova carreira profissional numa empresa de tecnologia da informação. Casou em 1988 e como fruto desse relacionamento teve duas filhas. Fez três anos de trabalho voluntário em hospitais e parou devido a uma grande decepção com o Sistema de Saúde. Em 2006 concluiu o curso de mestrado em engenharia de software. No ano de 2008 deu uma guinada na vida e começou um curso de bacharel em filosofia, que o levou a fazer mais um mestrado. Acredita que a educação tem o poder de transformar um indivíduo, uma comunidade, uma cidade e um país. Considera que somente através dela é possível atingir a igualdade de oportunidades que construirá uma sociedade mais justa.

O que ele e mais ninguém imaginava é que essa seria a última vez que poderia admirar a lua e as estrelas em uma noite de inverno. Um dia de festa, um passeio à noite e um acidente de carro foram o início de uma história marcada por uma tragédia pessoal e todas as tentativas para superá-la. Em Vencendo a Escuridão, você conhecerá um rapaz que aos 23 anos teve a sua vida completamente transformada pela perda da visão.
Seu último contato com o mundo do jeito que ele conhecia foi o contemplar de um lindo céu noturno. Faculdade, família, amigos e carreira: nada nunca mais seria o mesmo após esse episódio. Trinta anos depois, já um homem maduro, ele conta sua história com as inúmeras dificuldades que enfrentou por conta da deficiência visual e também como foi possível contorná-las com determinação, força de vontade e ajuda de pessoas incríveis que cruzaram o seu caminho. Vencendo a Escuridão não é um livro de autoajuda ou uma receita para a superação. É uma história verídica sobre dificuldades que podem acontecer com qualquer um, a qualquer momento, e ninguém está preparado para enfrentar, mas deixa claro que o otimismo, a persistência, o desejo de vencer e uma palavra amiga fazem toda a diferença.


Olá Paulo. É um prazer contar com a sua participação no Blog Divulgando Livros e Autores da Scortecci do Portal do Escritor.

Do que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
É uma obra autobiográfica. Embora eu diga o contrário, no íntimo, eu sempre nutri a esperança de um dia compartilhar as minhas experiências de vida, mas nunca encontrei coragem para fazê-lo. No entanto, como a vida é cheia de surpresas, há dois anos me convidaram para participar de um livro, cuja principal abordagem era excelência pessoal, e imagine, eu fui citado como um caso de sucesso! Então, depois disso, não tive mais coragem de adiar esse sonho. Quanto ao público alvo, apesar de abordar o tema deficiência, ele tem uma proposta bastante abrangente e trata assuntos comuns a todos os seres, sejam eles pessoas com deficiência ou não.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Minha formação acadêmica é na área de exatas, portanto, nunca pensei seriamente em escrever um livro. Apesar dessa característica não ser um impeditivo real para que isso acontecesse, eu sempre fui muito mais de ler do que de escrever. Então na minha maturidade surgiu a filosofia,  o que fez com que eu mudasse algumas das minhas crenças, e entre elas, a possibilidade de um dia escrever um livro. Caso essa pergunta fosse feita  no início do ano de 2015, certamente eu responderia que seria apenas um livro, mas hoje tenho planos de escrever um outro, só que dessa vez será um romance, algo pequeno, mais ou menos como Os Irmãos Karamazov de Dostoievski... brincadeira, mas seria um romance.

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
É muito difícil, principalmente para quem escolheu a literatura como meio de subsistência. O problema do brasileiro em relação a leitura é crônico, e como tal, necessita sofrer um tratamento de choque, mudando radicalmente as políticas e os modelos educacionais existentes no país. Num país onde a média de leitura anual é de quatro livros e meio por pessoa, venhamos e convenhamos, tem algo de muito errado.

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Indicação de uma amiga que já conhecia a Scortecci.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Sem querer ser pretensioso, acho que sim. É um livro que trata temas e situações muito comuns a todas as pessoas, e como tal, refere-se a todos nós. Insegurança, frustração, desilusão, sucesso, superação  e acima de tudo, determinação para conseguir superar as limitações a fim de conquistar os nossos sonhos. Garanto ao leitor que, no mínimo, durante  a leitura, ele viverá emoções que o farão trafegar entre  a alegria e a tristeza, o sucesso e o fracasso,  a verdade e o engano. Cabe conferir.


Obrigado pela sua participação.

Um comentário:

  1. Caro Paulo,
    Li seu livro, e achei barbaro sua superacao, e depois de muitos anos fui realmente conhecer a sua verdadeira historia, na ocasiao do acidente, me lembro de ter feito umas 2 visitas a sua casa, pra ver como vc estava.
    Meu nome e Sergio Kawamura e estudamos juntos no Brig. Veloso ou Amadeu Amaral.
    Hoje estou morando no Japao a 1 ano, e morei mais de 20 anos na Africa, mas acabei me mudando do Belem em 2004, onde ate entao era minha base no Brasil.
    Parabens pelo livro, e pela sua superacao, vc e um valente, lhe desejo tudo de bom, e mande um abracao para Soninha sua irma, talvez ela se lembre de mim, pois eu tambem fiz Educacao Fisica.
    Um forte e fraterno abraco
    SK

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